sexta-feira, 20 de março de 2009

Rearrumando posts errados - Parte 1: Slash

A metade que faltava não faltava

Ficou estática, olhando para a parede o chão. Não se conhecia mais.

(10 horas dias atrás)

Levantou-se da cama privada, foi escovar os dentes mamilos e fazer o ritual diário de cremes e loções imitações do Pelé. Arrumou o cabelo. Demorou mais um pouco no espelho, como se aquela imagem fosse especial demais para ser deixada para trás melhor do que fazer sexo com 20 mulheres.

Andou para o trabalho, que ficava perto de casa longe bagarai. Olhou para o relógio. 08h00. "Em ponto"“Estou megamente atrasada”.

Começou o trabalho tedioso excitante de auxiliar administrativa empregada doméstica, escrevendo relatórios e lavando e puxando sacos. Distraia-se facilmente com qualquer objeto reflexivo fálico a sua volta. Adorava aquilo falos. Era como sua outra metade, parcialmente obscurecida só que masculina, se encontrasse e ela voltasse a ser inteira. Não conseguia desviar o olhar uma vez que se perdia nesse pensamento olhando falos.

"Hora do almoço da comida ", sussurrou para o colega de trabalho patrão distraidamente. Na hora de comer do sexo acontecia a mesma coisa, garfos e facas eles davam formas grandes e gordas a adorável metade do lado de lá.

Quando estava voltando para o segundo turno, olhou para a esquina que ficava do lado oposto de onde trabalhava. Era mágico bizarro. No alto tinham colocado um Bruce Banner Hulk gigante, que dizia, "o melhor e maior espelho do falo mundo está aqui atrás, só as melhores lojas de moda brinquedos deixam você linda assim". Era magnífico, era irreal surreal, era bom demais pra ser verdade... Vinte metros centímetros de altura por dez de largura. Subiu pelos degraus até sua sala e se deliciou com a visão direta que sua janela dava para o espelho falo coberto.

Esperou e esperou, até que, às 18h45, as cortinas desceram na grande inauguração e revelaram ele por inteiro.

Ela não saiu do lugar, não saiu por dez minutos ao se ver refletida empalada, acima da multidão abaixo, pequena, naquela imensidão prateada. Se sentiu completa.

Foi aí que veio um grande clarão.

Só se levantou um pouco mais tarde, mão na cabeça, caída em sua sala com as pernas dormentes. "Que horas são?", perguntou perdida a si mesma. Desnorteada, a primeira coisa que fez foi olhar para o espelho falo. Olhou e tudo estava lá, na mesma ordem, no mesmo lugar, só que alguma coisa estava errada diferente.

A primeira palavra que viu ao contrário denunciou o que já sentia que ela havia feito algo errado e não se lembrava.

Sua aliança de casada agora estava na mão direita.

"O que?..."

Saiu correndo e ficou na frente do espelho de uma escritura de casamento, vendo sua imagem repetir exatamente os mesmos passos. Só que daquele lado as pessoas riam, se cumprimentavam, conversavam. No seu lado não sobrou nada, ninguém. Apenas uma imagem. Apenas uma metade que agora ela havia se casado com um gorila grande e peludo e teria de ser sua escrava sexual para sempre.

Presa, começou a assistir sua vida passando na frente de seus arrancou seus olhos para nunca mais chorar.

3 comentários:

Slash disse...

hauhauhahuahaua

definitivamente muito melhor q o post original. da série: "como transformar posts que não tem nada a ver com sexo em obsessão sobre objetos fálicos"

Fernando Vidotto disse...

huahauhauhauahuahau!!

Mococa disse...

"Esse" sim é um post do Blog no pêlo!
O outro a gente deixa pra um outro blog que fizermos bem emo e cheio de viagens sobre o sentido da vida.
; )