quinta-feira, 7 de maio de 2009

AVISO

Para ler o post abaixo, favor ler a parte um e a parte dois.

http://blognopelo.blogspot.com/2009/03/wally-parte-1.html
http://blognopelo.blogspot.com/2009/04/wally-revolution-parte-2.html

Grato,

Slash

Wally - O grande final

Atônito, Wally não acreditava que aquilo era verdade. Um grupo imenso de palhaços, provavelmente o maior número já reunido, tramando para acabar com o humor do mundo.

Não podia ficar parado. Foi para isso que tinha chegado até ali, por isso que nunca se sentiu inteiramente completo. Durante todo esse tempo sabia que estava predestinado para alguma coisa maior.

Enquanto o grupo de palhaços dispersava, contentes com o que estava para acontecer, Wally rapidamente correu para trás do palanque, atrás do homem que liderava aquele lugar. Quando o homem entrou pela porta escrito "administração", Wally entrou logo atrás.

O homem começou a tirar a roupa de palhaço e disse:
- Que bom. Esses palhaços são uns... palhaços! Ha ha. Acabar com o humor do mundo, imagina. Para eles ainda. Seria o fim. Mas não para mim, Hugo! Não cursei cinco anos de direito, fiz pós-graduação em ciências socias, mestrado e doutorado, para simplesmente ver minha sociedade perfeita ser destruída por aqueles malditos. Palhaços são o mal da sociedade. Quanto menos sentimentos melhor, o mundo só será perfeito se extremamente regrado e SEM RISADAS. TENHO DITO. - Ao dizer isso, bateu na mesa.

Wally olhou para o homem, que obviamente não fazia idéia que ele estava ali e adorava monologar. "Monologou demais", pensou. Quando o homem entrou no banheiro, Wally pegou as roupas de palhaço e saiu da sala. Precisava agir rápido, ou aquela informação iria chegar a todos os palhaços do mundo.

Fez o que sabia fazia fazer melhor. Se vestiu de palhaço, perdeu sua invisibilidade, mas se sentiu extremamente seguro. Subiu ao palco, e gritou:

- Palhaços! Ouçam-me!

Fez-se um murmúrio geral e todos viraram para o palanque. Wally então prosseguiu.

- Me sigam! Vocês têm que saber de uma coisa importante, o palhaço que se auto denomina nosso líder está MENTINDO! Não existirá palhaços sem o humor. Acreditem em mim. Por favor me sigam.

Frases do tipo "sai daí, idiota", "não destrua nosso sonho" e "coitado, não tem chance" foram ouvidas. E todos os palhaços novamente se dispersaram.

Sem outra opção, iria agir sozinho. Ia a caminho para a sala de administração quando um palhaço o parou. "Wally é seu nome, estou certo?" - Após um tempo de espera, Wally respondeu: "Sim, como você sabe?". O palhaço então disse:

- Sou amigo da Cléo. Ela me mandou aqui, parece que ela também está participando do seu pequeno serviço. Entendo vocês porque sou um palhaço diferente, faço pessoas rirem delas mesmas, e não de mim. Nunca quis fazer parte do plano de Hugo.

- Se o que diz é verdade, onde está Cleo?
- Está infiltrada, fique tranquilo. Estou aqui para ajudar, meu nome é Mário.

Sem muito a que recorrer, e toda ajuda seria de bom grado, Wally apertou a mão de Mário. Os dois foram então para a sala da administração, estava trancada. Wally disse então para Mário:

- Não olhe para mim, vou usar uma roupa que me permite ficar invisível. Por mais que queira, não vai conseguir me ver, mas isso será nosso trunfo.
- Sim, Wally, entendo.

Após ouvir o que tinha acontecido, Wally propôs um plano. Mário concordou, se virou e Wally colocou com sua roupa original. Mário bateu na porta, uma voz de dentro disse:

- Quem é?
- É o Mário.
- Que Mário?
- Do sindicato, quero falar com o senhor Hugo, temos mais contatos na Rússia, ao que parece.
- Ótimo, ótimo. Entre.

Destrancou-se a porta, Mário e Wally entraram. Hugo sem a roupa de palhaço parecia a pessoa mais chata do mundo. Hugo disse:

- Aqueles malditos terceirizados da limpeza, levaram minha roupa de novo para lavar sem me avisar. Tranquei a porta. Um pouco de privacidade, por favor.

Mário sentiu algo sendo colocado em seu bolso, um gravador. Seguindo com o plano. Disse:

- Senhor, ouvi o senhor gritar agora há pouco, está tudo bem?
- Ham ham... ouviu?! O que exatametente você ouviu?
- Nada, só uma voz alta.
- Não foi nada. Me diga, nossos contatos na Rússia estão bem?
- Sim senhor, bem, falei com o General Hitcher hoje e tudo está acertado.
- Ótimo, pode ir, Mário.
- Senhor... ham.
- Diga.
- Não vou mentir, eu ouvi muito bem o senhor dizer o quer conosco!
- E o que seria Mário? - Hugo lentamente caminhava sua mão para o bolso do paletó.
- O senhor vai nos usar! Não há espaço para palhaços num mundo sem risada!
- Ha ha ha. Muito bem, Mário. - Nisso Mário discretamente ligou o gravador - Não há espaço porque eu não QUERO espaço para vocês. EU QUERO UMA SOCIEDADE REGRADA, CERTA, SEM A MERDA DOS SENTIMENTOS INTERFERINDO NA NOSSA VIDA.
- Senhor...
- CALE A BOCA! - Hugo sacou a arma. Nisso, Wally rapidamente o imobilizou por trás. - Mas o que...

Wally deu uma coronhada tão forte na nuca de Hugo que ele desmaiou na hora. Mário então saiu correndo para o palanque e gritou:

- Ouçam palhaços de todo o mundo! - "Outro louco", ouviram-se murmúrios. Mário continuou: - HUGO É NA VERDADE É UMA FRAUDE! OUÇAM! - Tocou o gravador.

Cada vez mais palhaços pararam para ouvir o que estava acontecendo. E cada vez mais uma súbita luz de entendimento clareava os rostos. Wally se vestiu novamente com a roupa de palhaço e foi ao palanque junto com Mário. Do lado do novo amigo, palhaços e mais palhaços afirmavam que quase cometeram o maior erro de todos.

Em meio a muvuca, Wally viu Cléo acenando para ele, saiu correndo. Os dois se abraçaram por cerca de 10 minutos. Wally disse:

- Quando Mário disse que você estava aqui, fiquei com medo. Você podia se machucar.
- Estava sempre aqui para te ajudar, meu amor.
- Ah, Cleo.
- Eu que juntei os palhaços novamente para te ouvirem. E depois para ouvirem o Mário. Ainda bem que tudo deu certo.
- Ainda bem.

Subitamente, Wally foi tomado por um sentimento estranho. Queria muito sair dali, e sabia exatamente o que era. "A roupa, está me chamando". Cléo disse:

- Wally?
- Cléo, eu não quero ir... Preciso. Walter deve estar usando a roupa como atrativo novamente.
- Aquele maldito, disse que te soltaria depois da missão.
- Cléo, to com medo, não me deixe ir. - Mas Wally aos poucos já ia involuntariamente se distanciando.
- Wally!!! - Nem o abraço funcionou para que a atração pela roupa passasse. Cada vez mais distante, gritando na multidão que comemorava, Wally lutava internamente para ficar com seu amor. Mas já era tarde demais. Fora feito para aquilo, e precisava fazer o que precisava fazer.

- CLEO!

Wally sabia que teria que passar o resto da vida se escondendo. Dizem que até fizeram um livro sobre isso.