sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

O leite

Tudo começou numa manhã de quarta feira. Robson, já absorto em pensamentos matinais sobre a rotina do resto do dia, acidentalmente derruba um copo de leite no chão. Ao olhar para a sujeira, identifica uma figura no chão formada pelo líquido derramado. Sai correndo.

Entra no carro, com o coração palpitando e aumenta um B.B.King no último volume. Vai para o trabalho. Todos do escritório o cumprimentam com entusiasmo, afinal, não é todo dia que alguém é promovido para diretor geral da empresa e dobra o salário. Promovido? Salário? Foi correndo até a sala do chefe, que lhe pedir para sentar. Contou como estava gostando de seu desempenho e como essa promoção foi merecida. Isso não está certo!

Trabalhou tenso o resto do dia, olhando para o relógio de hora em hora, a cada trinta minutos, a cada quinze minutos. 17h. Ufa, acabou. Não quis ir para a casa, onde geralmente jantava. Vivia sozinho e não era problema comer fora de vez em quando, era? Foi para o bar da Jina, na esquina da faculdade. Comeu três pedaços de pizza de mussarela, mastigando vorazmente. Foi para a aula. Odiava quarta feiras, era dia de apresentação de seminários... Cade o CD? Merda, merda, merda... Deixei em casa. Vai lá Robson, disse uma amiga, dá tempo de pegar. Um fio de suor escapou do rosto.

Pegou o carro, nervoso, e foi até a casa, caminho de 15 minutos. Pegou desvios, deu voltas e, ao fim de 40 minutos, chegou a casa. Aparentemente vazia, mas ele sabia que alguma coisa estava lá dentro e o esperava ansiosamente... Sabia que aquilo não estava certo. O CD está em cima da mesa, pego e saio correndo, fácil, fácil, pensou, sorrindo amarelo.

Ao tentar abrir a fechadura seu coração estacou. Ouviu ruídos vindos da cozinha, e era aquilo! Abriu cuidadosamente a porta e viu, de relance, uma criatura horrível, que pulou sobre seu corpo. Caralho! Como pesa! Pensava em várias coisas ao mesmo tempo, a maioria desnexa, não conseguia esboçar reação. Estava finalmente acontecendo, depois de tanto tempo... Achei que nunca mais veria isso, a promoção do trabalho foi um presságio, sempre ficava feliz antes de sofrer esse bote. A coisa de esquecer o CD, tudo planejado, tudo planejado!

Acordou. Olhou assustado para os lados, cadê? Será que sumiu? Levantou-se e foi até o chuveiro, tomou um banho demorado e desceu as escadas. A sujeira do leite estava lá e, ao lado, seu amigo Marcão, usando uma cueca sua. Foi aí que ele percebeu que aquilo não era um sonho, e seu amigo Marcão tinha sido mais que um amigo, olhou pro calendário torcendo para que não fosse quinta, era quinta. Queria morrer, queria morrer, quero morrer. Saiu correndo pela rua e foi até o bar, bebeu até à noite. Voltou pra casa. Robson, desculpa por tudo, disse Marcão. Eu tava necessitado, você sabe que eu amo você. Caralho, ama? E eu lá gosto de homem? Eu sei que não, mas você faria a mesma coisa se estivesse no meu estado, cinco dias sem sexo cara, CINCO DIAS! Vai pra cara Marcão, e não aparece de novo. Sempre derramava o leite, sempre se dava bem e sempre havia um porém nos dias que o Marcão aparecia, isso nunca era falho. Sabia que aquilo ia acontecer de novo, e torcia para que aquele homem de 120 kg nunca mais o procurasse.

3 comentários:

Bruno Bello disse...

Meu deus o_o

mas sabe o que é pior? eu sinto vergonha de ter participado do post da minhoca e dizer que é bom pra elas fazerem sexo e irem embora =X
foi uma coisa de impulso... e que não foi legal xP

Jéssica Consulim Roccella disse...

Boiei O.O

Raphael Rocha disse...

Texto de Slash e só uma citação sobre sexo?
Parem o mundo que eu quero descer, por favor...