sexta-feira, 3 de abril de 2009

Meristélter, o econômico

Êcônômîâ (nunca lembro onde é o acento) é sempre importante para as nossas vidas. Mas Meristélter era exagerado, preferia até assinar seu nome só como Mé, assim economizava na tinta de sua caneta, que ganhara aos 11 anos.

"Ah, lá vai o velho Meristélter", diziam as pessoas quando o viam. Já tinha 40 anos, mas parecia bem mais velho devido às suas economias. Lavava a cabeça e o corpo com a mesma pedra de sabão de coco que usava em suas roupas (vocês acham que ele gastaria energia com máquina de lavar?) e normalmente usava a água da chuva para se limpar. Escovar os dentes, nem pensar. A melhor coisa era usar aqueles palitos de dente que alguns restaurantes te dão dentro de saquinho. meristélter adorava palitos de dente.
Meristélter economizava até para limpar a bunda. Claro que ele usava papel. Mas era aquele do mais barato, que parece um ralador de queijo. E uma folha só por dia, assim podia render por 2 anos!

"Meristélter, como você consegue? Pra quê tudo isso?", disse seu amigo uma vez.
"Quero economizar ao máximo para realizar o meu sonho de infância, que é fazer uma viagem pelo mundo. Economizo em tudo. Nunca nem comprei uma casa pra isso. Durmo até hoje na casinha da árvore que construí com meus pais. A casa que era deles eu alugo pra ganhar uma graninha", disse o homem.

"Cara, você não está aproveitando em nada a sua vida. Precisa sair mais, ver mulher, parar de trabalhar tanto..."

"Que nada, eu já sou feliz assim! Trabalho só doze horas por dia e durmo apenas duas horas. Me restam doze horas pra aproveitar e olhe só: trabalho só de noite. E quando a mulher, você não está nem um pouco por dentro. Eu pago sim pelas minhas, mas sai bem barato. Quando quero uma só, pego alguma com uma doença bem cabeluda, assim ela me cobra barato. Se eu quero duas numa noite só, pego dois travecos, que fazem pelo preço de uma mulher. Preconceito não está com nada. Rá!" Meristélter apontou o dedo na cara de seu amigo como se fosse o homem mais inteligente do mundo.

Mas Meristélter nunca fez sua viagem. De tanto economizar, morreu por falta de comida, água e higiene. O dinheiro todo foi para seu irmão Tiburcio, que torrou tudo em um cassino no Paraguai.

E Meristélter foi para o inferno. Lá, ele economiza ao máximo tudo o que ele deve a Satã, assim pode aproveitar melhor sua estadia sem sofrer tanto.

Ah, o bom e velho Meristélter!

(Primeiro post direto da faculdade!)

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