domingo, 6 de abril de 2008

Cleyton, o químico

Cleyton era um adolescente como a maioria dos adolescentes de classe média. Ele frequentava uma faculdade particular, graças ao esforço de seu pai, tinha um computador com windowns pirata em casa (odiava o aviso sobre ele possuir uma cópia pirata, marcado ao lado da tela do computador) e estava cheio de trabalho a fazer no seu segundo ano da faculdade de Química.
Cleyton gostava de quase todas as matérias e quase todos os professores. Suas aulas finalmente haviam se tornado práticas e as poucas aulas teórias (argh!) eram até que fáceis de se entender. Ele tinha duas aulas por dia. A primeira de segunda era com o Professor Matheus, que lhes dava aulas sobre como colocar a etiqueta nas garrafas dos produtos químicos. A aula era um tédio, assim como o nome da matéria. A segunda aula era com o Professor Palhares. Era uma sobre a história da química. Era cansativa alguns dias e muito boa em outros. Na terça ele tinha aula novamente com o Professor Matheus, mas gostava dessa aula. Era a mesma de segunda, mas na prática. Cleyton tinha que fazer letras legíveis e atiquetas interessantes combinando com os recipientes certos de seus produtos químicos. Todos gostavam dessa aula, que era prática e necessária. A segunda aula de terça era uma matéria que ele podia ter escolhido entre várias (natação, basquete, futebol, caçador de recompensas, capoeira, joquempô...) e ele escolheu teoria sobre o movimento anacrônico da falânge. Era uma aula até que boa, mas não pra durar quase duas horas.
Quarta feira Cleyton tinha um dia mais livre. Na primeira aula ele fazia Química Para Químicos, uma matéria que ensinava Cleyton a se comunicar melhor com seus futuros alunos de química, desinteressados no que ele teria a dizer. A segunda aula só ocorria a cadas quinze dias e era sobre Física Quântica. Cleyton não entendia muito bem porque aquela aula estava em sua grade de horários, mas não ligava, já que gostava daquela aula.
Quinta feira Cleyton tinha aula de Sons. Era uma aula gostosa, onde ele aprendia a misturar produtos químicos que faziam ruídos diferentes. Também aprendia como funcionava um aparelho de som, como surgia o som... Enfim, era uma aula muito interessante e legal de se fazer, pois era prática. A segunda aula era sobre Fotografia Analógica. Cleyton gostava da aula. Ele aprendia a revelar fotos e tudo o mais. E o Professor, um homem calvo, era muito engraçado e próximo dos alunos.

Aí chegamos na pedra do sapato de Cleyton...

Sexta era o pior dia para Cleyton. Perdia até para segunda-feira. Era a aula de Química 2. Seria uma aula muito boa se fosse a continuação de Química 1, dada pelo melhor professor que Cleyton teve até agora. Mas não, essa aula era dada pelo professor Oríves. A principio dividiram sua sala em duas, já que o dia inteiro era para apenas essa aula. Uma parte da turma ficou coma professora Rosmerta. Cleyton não sabia como eram as aulas dela, então resolvia não opinar. Ainda mais porque Cleyton ficou com o professor Oríves. No começo, as aulas foram totalmente desnecessárias. Oríves ensinou tudo o que o professor de Química 1 havia dado, mas de uma maneira mais porca, sem ajudar muito os alunos, sem pegar no pé... e sem o mesmo perfil de bom professor que o outro professor tinha. Mas até aí Clayton não ligou. Respirou fundo e fez o que o professor pediu, mesmo sendo uma babaquice. E não reclamou quando recebeu notas exatamente na média, em todos os exercícios de química.
Só que, além de uma aula copiadamente pior, Química 2 era também uma aula em cima da hora em tudo. O professor gastou 4 semanas com os exercícios imbecis que Cleyton fez para logo em seguida dizer "Pessoal, semana que vem quero que vocês me tragam uma nova fórmula de química". Clayton correu, fez o diabo e conseguiu uma. Não ficou das melhores, mas ele levou pra aula na outra semana. O professor iria atender Clayton por último. E o professor era um lento. Ele ficou mais de meia hora com cada pessoa, discutindo a fórmula de cada uma e pondo defeito na de todos. Quando chegou a vez de Clayton, não foi diferente. Só que o professor já estava de saco cheio e em cima da hora de ir embora. Viu a fórmula de qualquer jeito, quase não debateu como fez com os outros e ao fim disse: "Clayton, joga essa merda fora e faz uma nova pra semana que vem. Só que aí você já me traz dentro do vidrinho de análise pra nota". Ou seja, Clayton literalmente se fodeu. Ele teria que correr pra fazer uma coisa totalmente nova em uma semana e o professor nem iria analizar pra ver se estava bom... (até aqui, qualquer semelhança é puramente coincidência)

Final alternativo 1:

E Clayton chegou na outra semana com uma fórmula de ácido sulfúrico, jogou na cara do professor e foi parar num hospício. Ficou louco de tanta coisa jogada em cima dele em tão pouco tempo.

Final alternativo 2:

E Clayton foi pra casa, pegou a arma de seu pai, voltou pra faculdade e matou o professor. Aproveitou pra matar outros professores que ele não gostava e alguns colegas que detestava. Quando a polícia chegou, Clayton deu um tiro em sua própria cabeça e foi dessa pra uma com certeza melhor.

Final alternativo 3:

E Clayton foi pra casa calado, xingando em seus pensamentos apenas. Refez a fórmula e rezou pra conseguir uma boa nota. Depois foi postar no blog que ele dividia com seus amigos, só pra transformar um pouco de raiva assassina em risadas e foi dormir em seu quarto com cheiro de tinta fresca, que lhe deixou com dor de cabeça...

Um comentário:

Mococa disse...

eu voto no final dois com uma alteração.
"quando a policia chega, o quimico se junta com seu amigo caipira e começa a chacina na faculdade". haha